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Destaques

✢ LANÇAMENTO: LIVRO "CALVINO, CIÊNCIA E FAKE NEWS"

  Não é sem imensa expectativa e alegria que se empreende a publicação da décima primeira obra de caráter temático calviniano da Série Calvino21 , sob autoria do Rev. J. A. Lucas Guimarães, historiador, teólogo e organizador do Calvino21 , intitulado  CALVINO, CIÊNCIA E FAKE NEWS:  a invenção da oposição calviniana à Ciência moderna na historiografia do século XIX.   Principalmente, ao considerar a singularidade do conteúdo, o nível do conhecimento alcançado e o caráter da percepção do passado envolvida, disponibilizados à leitura, reflexão e intelectualidade, caso o arbítrio do bom senso encontrado, esteja em diálogo com a coerência da boa vontade leitora. Com a convicção da pertinência da presente obra ao estabelecimento da verdade histórica sobre a postura de João Calvino (1509-1564) diante dos ensaios preparatórios no século XVI  ao início da Ciência Moderna ocorrido no século XVII,  representado por Nicolau Copérnico (1473-1543) com sua teoria do movimento da Terra ao redor do Sol

┘A CLASSIFICAÇÃO DA ORAÇÃO EM JOÃO CALVINO┌

J. A. Lucas Guimarães *

Para Calvino existem duas classes de orações: a invocação (ou súplica) e a ação de graças. Isso porque, segundo ele, “em nossas orações, ou pedimos algo a Deus ou reconhecemos as bênçãos divinas derramadas sobre nós.”[1] Ele comenta:
Na súplica colocamos diante de Deus os desejos de nosso coração. Pela ação de graças reconhecemos seus benefícios em nosso favor. E nós temos que usar assiduamente uma e outra, pois nos vemos perseguidos por tão grande pobreza e necessidade que até mesmo os melhores de nós devem suspirar, gemer e invocar continuamente ao Senhor com toda humildade. E por outra parte é tão grande a generosidade que o Senhor, em sua bondade nos dispensa, tão excelsas as maravilhas de suas obras, que sempre encontraremos motivos para louvar-lhe e tributar-lhe ações de graças.[2]
Calvino simplifica a vida de oração. Aprendemos através dos manuais que existem vários tipos de orações. Pedimos para alguém fazer uma oração de adoração e percebe-se como é difícil. Não que seja difícil adorar a Deus, mas sim mapear e desenvolver essas orações dentro desses tipos.

Quando Calvino apresenta apenas duas classes de orações, ele simplifica e torna o ato da oração espontânea. Na súplica, existe espaço para a confissão, ao derramar do coração, ao clamor de nossa alma e para expor os desejos de nosso coração. Na ação de graças, existe momento para a adoração, ao louvor e ao reconhecimento dos favores de Deus dispensados a nós. Essa simplificação leva em conta que dificilmente na oração haverá espaço ao formalismo. Na oração, o coração, em sua sinceridade, é que é exposto. Um coração ferido fala de suas feridas como, também, é chamado a enxergar as curas recebidas.

Leia também: Esperança, paciência e oração

O chamado é para usarmos continuamente essas duas classes de oração. Nós gememos diante de Deus, mas esse gemido não pode ocultar o reconhecimento de seus favores. Na verdade, gememos diante daquele que, além de ter realizado tanto por nós, é capaz de continuar a sua boa obra em nós.

A súplica é o momento do esvaziar da alma e da ação de graças pelo preenchimento. Na súplica colocamos diante de Deus todos os nossos anseios e deixamos os nossos fardos. A súplica é também chamada de invocação, pois nessa oração convocamos Deus para agir em nossa vida e circunstâncias. É nosso: “Maranata! Vem, Senhor!” Na súplica, oramos com o salmista: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia, pois em ti a minha alma se refugia; à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades” (Sl. 57.1).

A ação de graças é a oportunidade de colocarmos diante de nós aquilo que Deus tem feito por nós. Nela nos enchemos de alegria pelos cuidados divinos. Na ação de graças, oramos como o salmista: “São muitas, Senhor, Deus meu, as maravilhas que tens operado e também os teus desígnios para conosco; ninguém há que se possa igualar contigo. Eu quisera anunciá-los e deles falar, mas são mais do que se pode contar” (Sl. 40.5). No centro dessas orações está a convicção de que: “Eu sou pobre e necessitado, porém o Senhor cuida de mim” (Sl. 40.17).

Invocamos a Deus. Pedimos que ele se faça presente com sua misericórdia; venha dissipar nossas tribulações; e seja o nosso castelo forte. Enquanto isso, reconhecemos seus favores! O coração com confiança e gratidão é saúde para a alma!

Referências bibliográficas

[1] CALVINO, 1 Coríntios. 2ª ed. São Paulo: Paracletos, 2003. p. 425.
[2] CALVINO apud MARIN, M. Gutiérrez. Calvino, antologia. Barcelona: Producciones Editoriales Del Nordeste, 1971. p. 91.Calvino em seu comentário a Carta de Paulo aos efésios comenta: “Oração e súplica contêm uma leve diferença, sendo que súplica é a espécie e oração, o gênero” (CALVINO, João. Efésios. São José dos Campos/SP: Fiel, 2007, p. 157).
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* Texto extraído do livro Desenterrando os tesouros de Deus, do Rev. J. A. Lucas Guimarães.

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