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POR QUE UM MEDIADOR DEUS E HOMEM? ▪ João Calvino

E então? Certamente, a situação era irremediável e tudo era desesperador, exceto se a própria majestade de Deus descesse até nós, já que não estava em nosso poder alcança-la. Assim, foi necessário que o Filho de Deus se tornasse “Emanuel” para nós, isto é, “Deus-conosco” [Is 7.14; Mt 1.23]. E, de fato, sob tal condição, a sua divindade e a natureza humana se unissem, caso contrário, não seria bastante próxima a contiguidade, nem suficientemente forte a afinidade, para nos fazer esperar que Deus habitasse conosco. Porque entre a nossa sujidade e sua suprema pureza divina incorria em incompatibilidade demasiadamente imensa. Se embora o homem tivesse permanecido livre de toda corrupção, sua condição ainda seria indigna demais para se chegar a Deus sem mediador, quanto menos para alcançar tal nível, depois de mergulhar-se, pela sua ruína fatal, na morte e nos infernos, contaminar-se por tantas manchas, desorientar-se por sua corrupção e, enfim, se submergir em toda a desgraça?
Portanto, não é sem motivo que Paulo, querendo apresentar Cristo como Mediador, notadamente chama-o de homem. Ele diz: “Um é o Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” [1Tm 2.5]. Ele poderia muito bem tê-lo nomeado de Deus ou, então, omitido a nomeação de homem como fez com a de Deus. Todavia, porque o Espírito, que falava pela sua boca, conhecia a nossa enfermidade, para combatê-la a tempo, usou o remédio mais adequado, ao colocar o Filho de Deus como um de nós, a fim de nos relacionar naturalmente com ele. Para que ninguém se atormente sobre onde procurar esse Mediador ou por quais meios o poderia alcançar, ao chamá-lo de homem ele nos indica que ele está próximo de nós, ou melhor, nosso próximo, já que é de nossa própria carne. Certamente, refere-se aqui o mesmo que é explicado com mais palavras em outro lugar, a saber: que não termos um Sumo Sacerdote que não possa ser empático com as nossas fraquezas, haja visto que foi tentado à nossa semelhança, exceto que não tinha nenhuma mancha do pecado [Hb 4.15].
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