┌ INTRODUÇÃO – URBI ET ORBI ┌
Existe uma expressão usada em certo pronunciamento papal romano, que parece cunhada para ser calviniana, a saber: Urbi et Orbi [Da cidade ao mundo]. Quando João Calvino (1509-1564), na condição de foragido em busca de refúgio, por causa de sua recente adesão à fé protestante, pernoitou em Genebra devido a impedimento no trajeto traçado de Paris à cidade de Estrasburgo, não sabia ele que estava predestinado a ser “do mundo à Genebra” e “de Genebra ao mundo”.
Após seu exílio, o que Calvino mais temia era ter que aceitar convite para voltar a Genebra e, certamente, o que a cidade mais temia era tê-lo, a seu convite, de volta.
Calvino era refugiado em Genebra. Ocorrido o seu retorno, agora, mais do que antes, essa cidade era seu refúgio. Quase não empreendeu viagem para fora dos seus limites. Quando sua fama de campeão do protestantismo correu o mundo, sob algum interesse calviniano de empreender viagem, o próprio Conselho da cidade o aconselhava a reconsiderar seu plano. Porque a cidade não teria condições de garantir sua segurança fora de seus limites, enquanto seus inimigos desejavam algo semelhante, para atentar contra sua vida.
João Calvino em cronologia expõe a vida e ministério do reformador como temporalidade da cidade de Genebra para que ela fosse realidade histórica ao mundo pelas ideias de seu pastor, para trilhar no tempo:
Em uma cidade e em todo o mundo;
De uma cidade e de todo o mundo:
João Calvino: Urbi et Orbi!
[Da cidade ao mundo!]
Sim, de Genebra ao mundo!
┐ CALVINO EM CRONOLOGIA ┌
┌ 1509
10/07 ▪ Nasceu João Calvino na cidade francesa de
Noyon, sendo seus pais Gérard Cauvin e Jeanne le Franc, de origem burguesa.
O
pai, habilidoso em questões administrativas e escrivão do bispo de Noyon, teve
outros quatro filhos. Seu irmão João foi encaminhado ao sacerdócio. Com a morte da mãe,
quando tinha apenas 6 anos, passou a conviver no lar de duas famílias
aristocráticas, juntamente com seus filhos.
┌ 1521
Aos 12 anos, após as primeiras letras, recebeu um benefício
eclesiástico, ao ser nomeado responsável pela capelania de la Gésine,
pertencente à catedral de Noyon. Assistido pelo benefício, oportunizou-lhe a possibilidade de estudar em
Paris. Com uma inteligente singular aliada a uma determinação de caráter regrado, dedica-se ao aprendizado da língua latina, sob os
cuidados do pedagogo Marthurin Cordier, do Colégio Sainte Barbe. Com ele, passa
a conhecer uma forma de piedade diferente: centralizada em Jesus Cristo.
┌ 1524-1528
Nesse período, na capital francesa, Calvino frequentou como
aluno interno, o Colégio Montaigu, no Quartier Latin. Ele era famoso por sua disciplina
rígida e ortodoxia. Nele estudou humanidades (filosofia aristotélica), como
preparação ao curso superior de Teologia. A cidade vivia o impacto das
perseguições e condenação às ideias de Martinho Lutero. Ao final de 5 anos de
uma vida ascética, recebeu o título de Mestre em Artes.
Em Noyon, seu pai, tendo entrado em conflito com o bispo, viu
na carreira de jurisprudência um destino mais promissor ao filho. Ele o
encaminhou à cidade de Orléans, a fim de estudar Leis (Direito). Foi a oportunidade
para Calvino encontrar o primo Roberto Olivétan, que já havia aderido ao
movimento reformador. Neste centro de humanistas interessados na renovação da
Igreja e influenciados por Erasmo, dedicou-se ao aprendizado do grego, com o
professor Melchior Wolmar, de Wittenberg, adepto da Reforma. Apesar da
resistência às ideias vindas da Alemanha, Calvino se torna um profundo
admirador de Lutero e, paulatinamente, sua prudência humanista seria transformada em radicalidade evangélica.
┌ 1529
Em continuidade ao estudo de Direito, Calvino
matricula-se na Universidade de Bourges, atraído pela fama do jurista italiano
Alciati. Ele havia desenvolvido uma didática capaz de utilizar os fundamentos teóricos do Direito à construção
de uma ordem jurídica prática, voltada à realidade presente.
┌ 1531
De volta a Noyon, Calvino discute com o clero o
sepultamento de seu pai Gérard, que havia sido excomungado pela Igreja.
┌ 1532
Novembro ▪ Recebe o título de Licenciado em Leis. Com o
falecimento do pai e o retorno a Paris, adota o projeto pessoal de seguir a
carreira literária, com uma vida independente e, de certa forma,
descompromissada. Aprofunda os estudos de grego e hebraico, acompanhando o novo
curso dado pelos Preletores Reais, humanistas nomeados pelo Rei Francisco I.
Ali se busca o estudo científico e livre das Escrituras e suas fontes, com uma
perspectiva crítica sobre sua tradução latina (Vulgata).
Abril ▪ Por conta própria, Calvino publica a sua primeira obra: o Comentário sobre De Clementia, do filósofo latino Sêneca.  Com teor humanista, a obra trata da tolerância como virtude do governante. O principal proveito desse empreendimento calviniano foi a aplicação do método de trabalho literário, que seria aperfeiçoado, posteriormente, ao escrever seus comentários aos livros da Bíblia, tornando-se referência metodológico de exegese bíblica.
┌ 1533
Uma profunda experiência religiosa de “súbita conversão”, como ele próprio expressou no Comentário aos Salmos, que pode ter ocorrido por etapas, com início, provavelmente, neste ano até o ponto dramático da ruptura na vida do futuro reformador, conforme testemunhou no Comentário ao Livro
dos Salmos, dizendo: “Deus subjugou meu coração e o dispôs à docilidade.”
Novembro ▪ No dia de Todos os Santos, o reitor Nicolas Cop,  da Universidade
de Paris, pronuncia seu discurso de abertura do ano letivo, refletindo sobre as ideias luteranas. Logo, atribuíram o teor do discurso à influência do amigo e jovem
estudioso João Calvino. A forte reação dos teólogos da Sorbonne, faz com que os
dois sejam cassados pelas autoridades. Tendo que abandonar Paris, em direção ao
sul (Saintonge), Calvino se refugiou por alguns meses em Angoûleme, na casa de
um clérigo seu amigo, Louis de Tillet. Na vasta biblioteca da família,
inspirado nos trabalhos de Lutero, iniciou a redação da Instituição da
Religião Cristã. Ali reinava Margarida de Navarra, irmã do rei da França,
simpática às ideias evangélicas e protetora de seus seguidores.
┌ 1534
Na cidade de Nérac, encontra-se com o velho inspirador da Reforma na França (a Estrela d’Alva): Lefèvre d’Étaples. Calvino dedica-se à escrita da obra sob o título de Psychopanichia, contestando a ideia anabatista do sono da alma após a morte, enquanto aguarda o juízo final. Em Poitiers, pregando aos camponeses em uma gruta, teria ministrado a Santa Ceia pela primeira vez.Maio ▪ Diante do clero em Noyon, Calvino renunciou aos
benefícios que recebia da Igreja desde os 12 anos e que lhe garantiu os
estudos. Essa foi a última vez que esteve em sua cidade natal.Outubro ▪ A colocação de cartazes criticando a missa não
só em Paris, como em outras cidades e nas proximidades da residência do rei. A
ousadia desencadeou em toda a França uma dura perseguição aos evangélicos.
┌ 1535
O refúgio de Calvino e seus amigos agora é a Basiléia, ao
norte da Suíça, uma cidade reformada e pluralista. Para se proteger, vive
discretamente em um quarto alugado e utiliza o nome fictício de Martinus
Lucianus. Trava amizade com Farel, Viret, Bullinger. Lê os Pais da Igreja,
Lutero, Melachton, Bucer. Embora distante de Paris, não fica calado. Utiliza sua
pena para escrever.
Junho ▪ Foi publicada a primeira tradução reformada da
Bíblia para o francês (NT), elaborada por seu primo Roberto Olivétan e patrocinada
pelos valdenses. O prefácio, escrito por Calvino, é considerado seu primeiro
texto publicado em francês: “Epístola a Todos os que amam a Jesus Cristo”.
Igualmente, trabalha com ardor para concluir a obra que, de modo especial,
haveria de fortalecer a caminhada da Reforma na Europa: Institutas da
Religião Cristã.
Agosto ▪ Calvino redigiu o prefácio das Institutas: “Epístola ao rei
Francisco I.” Nele procurou mostrar ao rei que aqueles que ele perseguia eram
os verdadeiros seguidores do evangelho e que a verdadeira Igreja de Jesus
Cristo poderia estar encoberta aos olhos dos homens.
Na França, muitos de seus amigos são condenados e mortos na
fogueira. Em janeiro, o rei havia suspendido a publicação de livros. Apesar dos
obstáculos e de ser visto como ameaça à velha ordem política e religiosa, o
protestantismo se espalha rapidamente pelo reino.
┌ 1536
Março ▪ Em Basileia, é publicada a 1ª edição da Institutas da Religião Cristã, com seis capítulos e, logo, totalmente vendida. Como
fugitivo, Calvino continua sua peregrinação. Viaja ao norte da Itália e é
hospedado no castelo da duquesa Renata de Ferrara, que viera da França. Aí
conheceu o poeta Clément Marot, também fugitivo e que, mais tarde, em Genebra,
utilizaria seus dons escrevendo hinos ao Saltério de Genebra.
21/05 ▪ Pela ação do missionário francês Guilherme Farel, que atuava em Genebra desde 1532 como enviado da protestante Berna, os cidadãos
juraram pública e unanimemente “viver de acordo com a nova Fé Reformada” e “a
Palavra de Deus, abolindo todos os princípios papais.” Um ano antes, o Conselho
Municipal decidira que a missa não seria mais celebrada em seu território.
Assim, o clero, o bispo e o Duque foram praticamente expulsos.
A cidade precisava ser reorganizada, não só do ponto de
vista religioso, mas também político e social. Farel, consciente da enorme
tarefa à frente e das limitações, especialmente quanto aos recursos humanos,
sentia-se aflito e sem perspectivas. Por seu turno, os genebrinos sentiam-se
ameaçados em sua autonomia pelas pretensões de Berna e da Confederação Suíça ao
norte, bem como pela Casa de Saboia e seu Duque, ao sul. Diante da difícil
situação, deviam estar prontos para lutar pela independência. 
Julho ▪ Sob perseguição, Calvino se dirige de Paris à cidade
de Estrasburgo com seus irmãos Maria e Antonio. Estando a estrada obstruída por
causa da guerra entre o rei da França e o imperador Carlos V, fez-se necessário que eles
pernoitassem na cidade de Genebra. A inesperada visita de Farel e sua
ameaçadora insistência, em nome de Deus, venceu a relutância do homem frágil e
tímido de 27 anos, que pretendia se dedicar à literatura e viver uma vida
tranquila. Como resultado, permanece na cidade, sendo contratado para atuar, primeiramente, como “preletor das sagradas Escrituras” na Catedral de Genebra e, no final do
ano, como pastor. Na nova situação, sentiu-se plenamente legitimado como
reformador da Igreja, chamado por Deus ao desempenho dessa missão especial.
Outubro ▪ Calvino, acompanhando Farel e Viret, participa de
um debate público com padres católicos em Lausanne. Sua contribuição foi
decisiva para que os reformadores tivessem um resultado favorável. A partir de
então, passa a ser respeitado não só pela capacidade de argumentação como, também, pelo conhecimento revelado nas citações de memória dos principais
teólogos dos primeiros cinco séculos da Igreja Cristã.
┌ 1537
A necessidade de um catecismo faz com que Calvino escreva e
publique a Instrução na Fé, um pequeno resumo da Instituição, para
os jovens e da população de Genebra.
┌ 1538
Abril ▪ Face aos artigos estabelecidos pelos pastores para
regulamentar as questões religiosas e litúrgicas, os novos síndicos da cidade,
opondo-se à ideia de Calvino, de autonomia da Igreja em assuntos espirituais,
resolvem adotar o modelo de Berna, que não fazia a mesma exigência. Diante do
descontentamento mostrado por Farel, Calvino e seus companheiros, o Conselho
Municipal reagiu, expulsando-os da cidade por ocasião da Páscoa.
Dispostos a continuar servindo a Deus em qualquer outro
lugar, Farel foi para Neuchatel. Calvino pensou em voltar à tranquilidade e aos
estudos em Basiléia, mas acabou convencido por Martinho Bucer a ir para
Estrasburgo. Aí foi encarregado de pastorear uma comunidade de refugiados
franceses e dar aulas de exegese na Escola de João Sturm, começando com a
Epístola aos Romanos. Além do tempo dedicado a fazer uma autocrítica do
ocorrido na Igreja de Genebra, aproveitou para aprofundar seus estudos de
teologia, bem como da liturgia de Bucer.
┌ 1539
Setembro ▪ Atendendo à solicitação do Conselho de Genebra,
Calvino prepara uma resposta magnífica a Sadoleto, descartando o apelo
do cardeal para que Genebra voltasse à antiga fé católico-romana.
É publicada a 2ª
edição da Instituição, totalmente revista e ampliada para 17 capítulos,
em latim (1539) e, depois, em francês (1541). Também é publicado o primeiro
comentário às Escrituras pelo Reformador, visando seus compatriotas: o Comentário à Carta aos Romanos.
O Reformador participa de colóquios internacionais organizados pelo
Imperador, visando a paz religiosa entre partidários da Reforma e os católicos. O primeiro, no ano corrente, realizado em Frankfurt (1539) e, depois, em Hagenau, Worms (1540-41) e Ratisbona
(1541). Nesses encontros, que não alcançaram o objetivo almejado por Carlos V, Calvino conheceu os teólogos alemães e se tornou amigo de Filipe Melanchton, braço
direito de Lutero.
Neste ano, também, após se inscrever na corporação de alfaiates de Estrasburgo, Calvino obtém o título de burguês.
┌ 1540
Agosto ▪ Guilherme Farel, em Estrasburgo, impetra a bênção
sobre o matrimônio de Calvino com Idelette van Buren, viúva de um anabatista.
┌ 1541
13/09 ▪ Diante dos problemas causados pela ausência
dos reformadores, os Conselhos da cidade apelam para que Calvino retorne.
Atendendo à solicitação, ele declara que deseja servir Genebra novamente e
então, seus destinos são ligados para sempre. Suas condições: que fossem
mantidos o Catecismo e a disciplina eclesiástica. É revogado o ato de 1538, pelo
qual os pastores haviam sido expulsos. É publicado o Pequeno Tratado
sobre a Santa Ceia.
20/11 ▪ São aprovadas, com algumas emendas, as Ordenanças
Eclesiásticas propostas por Calvino para servirem como a nova ordem civil e
religiosa para Genebra. Seguindo o modelo de Estrasburgo, ficou estabelecido
que na Igreja existem quatro ofícios: pastores, doutores, presbíteros e
diáconos. Ao diaconato competia a responsabilidade pelo grande Hospital, o
atendimento aos pobres e doentes. Havia também o Consistório, (Presbitério) que
cuidava da disciplina moral e espiritual. Era formado por 12 leigos (anciãos)
eleitos pelos Conselhos da cidade, mais os pastores, em minoria. Calvino lutou
para que a Igreja, sob a Palavra de Deus, tivesse autonomia em questões
espirituais, sem ter que sofrer a interferência do poder civil, como acontecia
nas igrejas da Alemanha e da Inglaterra.
┌ 1542
Julho ▪ Um primeiro filho, prematuro, Jacques, morreu 15 dias
após o nascimento.
┌ 1544
Sebastião Castelio, diretor de colégio, contestou as ideias
de Calvino e foi banido de Genebra. Mais tarde, na Basiléia, após a morte de
Serveto, escreveu um folheto defendendo a liberdade dos hereges exporem suas ideias, bem como a tolerância para com eles.
┌ 1549
29/03 ▪ Morre Idelete, a esposa de Calvino.
┌ 1553
Agosto ▪ Processo e morte de Miguel de Serveto. Como havia
acontecido em Vienne, na França, o médico e teólogo espanhol Serveto também foi
processado em Genebra por idéias consideradas heréticas, sendo a principal
delas contra a doutrina da Trindade. Apesar da sua defesa pelos opositores de
Calvino, ele acabou condenado pelo Pequeno Conselho.
27/10 ▪ Consultadas, as Igrejas evangélicas suíças,
aprovaram a condenação e morte de Serveto na fogueira. Em 1903, 350 anos mais
tarde, os reformados, como filhos reconhecidos de Calvino, ergueram em Genebra
um monumento a Serveto, condenando o erro de seu mestre, “que foi o do seu
século”, ou seja, a intolerância.
┌ 1555
A afluência de estrangeiros em grande número na cidade, que
passou a ter cerca de 20.000 habitantes, fez com que ocorresse uma
significativa mudança na política de Genebra. A oposição a Calvino (os
perrinistas) foi praticamente derrotada e ele se sentiu à vontade para se
dedicar a outras importantes tarefas, como a obra missionária na França, sua
pátria.
┌ 1557
07/03 ▪ Chegada de quatorze genebrinos, entre eles dois
pastores, à França Antártica, na Baia da Guanabara, para evangelizar os
indígenas e “edificar uma Igreja Reformada segundo a Palavra de Deus”. Enviados
por Calvino, atendendo a um pedido de Nicolau Durand Villegaignon, acabaram
sendo perseguidos e três deles foram mortos como mártires da causa reformada no
Brasil.
┌ 1559
Organização do Sínodo Nacional das Igrejas Reformadas da
França, altamente influenciado pelas ideias de Calvino. Última edição revista e
ampliada da Instituição ou Institutas, agora com 4 livros
divididos em 80 capítulos, completa um trabalho de toda sua vida. Logo se
seguiram as traduções em diversas línguas.
05/06 ▪ para atender às necessidades do mundo reformado
Calvino, com dinheiro vindo de inúmeras doações, funda a Academia de Genebra
com cursos a nível de formação e universitário (teologia, medicina e leis).
Tendo como primeiro reitor Teodoro Beza, exerceu grande influência por seu alto
nível de ensino e espiritualidade. Por ocasião da morte do reformador, eram
1500 os alunos matriculados, em sua maioria, estrangeiros. A Academia havia se
tornado um importante centro missionário na Europa.
Foi somente neste ano que Calvino recebeu o título de
“bourgeois”, saindo da condição de estrangeiro (habitant) na república de
Genebra. Sua reconhecida influência só ocorreu na cidade de maneira indireta e
por causa de seus dotes pessoais.
┌ 1562
01/03 ▪ Com o massacre de protestantes em Vassy,
iniciam-se as guerras religiosas na França.
┌ 1564
06/02 ▪ Última pregação de Calvino na Catedral de São
Pedro.
27/04 ▪ Despedida dos Conselhos e Pastores. A estes
lembra que a obra da Reforma, deve continuar. Reconhece seus defeitos e
fraquezas, pedindo perdão. Entre tantas visitas recebe a do amigo Farel, com 75
anos. Seus poucos pertences foram destinados à Academia de Genebra e aos
refugiados.
27/05 ▪ Morte de João Calvino, aos 54 anos de idade,
vítima de doenças que acompanharam seu frágil corpo durante toda a vida: gota,
estômago, intestino, rins, pulmões. Suas últimas palavras: "Quanto tempo mais,
Senhor?"
Sepultado em um túmulo simples, sem qualquer aparato, sequer uma lápide
que o identificasse, hoje não se sabe o local exato de sua sepultura no
cemitério, cumprindo-se assim um dos seus últimos desejos. Tendo vivido de
maneira simples, seu desprendimento pessoal foi mantido até o fim da vida.
Além de uma vida dedicada como pastor, professor e
estadista, João Calvino deixou, como fruto de um incansável e produtivo labor,
um legado extremamente importante que está registrado em suas inúmeras obras:
comentários à maioria dos livros da Bíblia, tratados sobre variados temas
teológicos, cerca de dois mil sermões, número duas vezes mais de cartas endereçadas
a pastores, refugiados, personalidades religiosas e políticas, monarcas
(Inglaterra, Suécia e Polônia).
Traço marcante e indelével no conjunto de sua
obra e pensamento, desde o Tratado da Santa Ceia até a última edição das
Institutas, foi o empenho para conciliar, por um lado a busca da verdade e por
outro, a restauração da unidade da Igreja, o que tem feito com que, mais e mais
ele seja reconhecido como um extraordinário bem ao movimento protestante mundial e na História do Cristianismo.
Autoria ┌  J. A. Lucas Guimarães
Organizador do Blog Calvino21, historiador-docente, pastor presbiteriano, mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM/SP) e jornalista-escritor, com várias obras publicadas sobre João Calvino, dentre as mais recentes: Calvino, Ciência e fake news e João Calvino: quem dizem que sou? 
 
 
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